Fenasps

sexta-feira, 01/03/2019

Nenhuma a menos: basta de violência contra a mulher!

1

 

O Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente em 8 de março, é uma data histórica, que representa a luta e a resistência das mulheres, marcada para sempre, de forma trágica, na greve das operárias estadunidenses do setor têxtil, em 1857, quando paralisaram suas atividades e foram duramente reprimidas por lutarem por seus direitos, melhores condições de vida, pela diminuição da jornada que à época era de quase 14 horas diárias e pela proibição do trabalho infantil.

 

Aqui no Brasil e em todo o mundo, o retrocesso e o conservadorismo se intensificam diante do conjunto de ataques e de retiradas de direitos em curso. No país, somente nos dois primeiros meses de 2019, quase 300 mulheres foram vítimas de agressões, em sua maioria chegando à morte.

 

Até o dia 22 de fevereiro de 2019, foram identificadas ao menos 285 denúncias*, dentre elas, 109 tentativas e 176 óbitos, ou seja, aproximadamente 5 casos de feminicídio por dia. Isso significa dizer que o número de feminicídios vem aumentando vertiginosamente, pois em 2017 esse número estava em três por dia. A intensificação do feminicídio também ocorre nos estados, com o registro de casos entre consumados e/ou tentativas em todos estados e no Distrito Federal nos 53 primeiros dias de 2019.

 

O estado de São Paulo se destaca em feminicídio com 26 mulheres assassinadas seguido dos estados do Paraná (15), Minas Gerais (14), Pernambuco (12), Bahia (12), Rio de Janeiro (11) e Santa Catarina (11) que juntos somam aproximadamente 57% dos feminicídios registrados até o momento no país.

 

Dados de 2018 sobre a violência apontam que a cada minuto, 9 mulheres são vítimas de qualquer forma de agressão; uma pessoa trans, é assassinada a cada dois dias e uma mulher registra agressão à Lei Maria da Penha, há cada 2 minutos. A violência contra a mulher também tem cor: há uma diferença de 71% de homicídios entre as mulheres negras e não negras. Enquanto os dados descrevem o homicídio de mulheres não negras em 3,1 para cada 100 mil habitantes, o homicídio das mulheres negras chega a uma taxa de 5,3 por 100 mil.

 

Os casos de violência brutal praticados contra as mulheres, somente pelo fato de serem mulheres (misoginia), são promovidos principalmente por conhecidos: maridos, namorados, companheiros e padrastos, dentre outros.

 

É sabido que a violência contra a mulher é reflexo do patriarcalismo, do racismo, da LGBTTfobia, da profunda desigualdade econômica e social que está na raiz da estrutura da sociedade brasileira e necessita ser combatida pela classe trabalhadora e na luta por políticas sociais, econômicas, culturais, educacionais, de saúde, previdenciárias, e jurídicas que garantam a vida das mulheres.

 

A reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal é uma afronta direta aos direitos das mulheres, pois ao ampliar o tempo de serviço, reduz benefícios para a população mais pobre como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Benefício este que, significa para o conjunto das mulheres mais pobres, periféricas e do campo, única e especial forma de “aposentadoria”, dada a impossibilidade do trabalho e contribuição “formal”.

 

Neste momento de ataques aos trabalhadores, e principalmente às trabalhadoras, é dever dos movimentos sociais se posicionar. A FENASPS e seus sindicatos filiados colocam-se na luta contra toda e qualquer forma de violência à mulher e reafirma a necessidade da construção da Greve Internacional de mulheres no dia 8 de março de 2019.

Sem mulher não se faz revolução!

 

*Levantamento feito pelo advogado especialista em Direitos Humanos, Jefferson Nascimento.

Últimas notícias

quinta-feira, 15/05/2025 15/5 – DIA DO/A ASSISTENTE SOCIAL Nesta data, reafirmamos a importância do trabalho desta categoria profissional para a população usaria do SUS – INSS – SUAS. No âmbito do serviço ...
quarta-feira, 14/05/2025 TODO APOIO E SOLIDARIEDADE À GREVE DOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE FORTALEZA! Os trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza deflagraram Greve Geral da categoria numa Assembleia histórica que reuniu cerca de 3.500 operários no sindicato da ...
quarta-feira, 14/05/2025 Via ofício, FENASPS solicita suspensão do ciclo de avaliação da GDASS ao presidente do INSS A FENASPS protocolou um ofício na Presidência do INSS nesta quarta-feira, 14 de maio, solicitando ao novo presidente da autarquia, Gilberto Waller Júnior, a ...