Todo apoio à greve dos metroviários de São Paulo!
A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social – FENASPS – e seus sindicatos filiados, por meio de nota, manifestam apoio e solidariedade aos metroviários e metroviárias de São Paulo, que deliberam pela greve a partir da zero hora desta quarta-feira, 19 de maio.
A decisão, aprovada por ampla maioria (77%) na noite dessa terça-feira, 18, foi tomada em uma assembleia que contou com a participação de mais de três mil trabalhadores(as).
Em sinal de total desrespeito e intransigência, o governo de João Dória não compareceu à Audiência de Conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Com isso, a categoria avaliou inevitável a paralisação, diante da proposta indecente do governo de SP, prontamente recusada por 88% dos(as) presentes na assembleia.
Em greve, os metroviários continuam firmes na Campanha Salarial e na luta por reajuste salarial (o que não ocorre há dois anos), pagamento das PRs (governo deu calote e não pagou a participação nos resultados de 2019 e 2020) e contra a retirada de direitos e rebaixamento dos salários (o Metrô/SP propôs reajuste salarial de 2,6% não retroativo, menos do que os 9,7% propostos pelo Ministério Público do Trabalho).
A situação atual na empresa é calamitosa: o Metrô funciona graças à dedicação de seus funcionários, que estão expostos diariamente ao coronavírus, mas mantêm a qualidade do serviço prestado à população! Até o momento, foram confirmadas 25 mortes de metroviários e cerca de 700 casos de Covid-19 na categoria.
Como se não bastasse a política de arrocho salarial, e diante de sucessivos calotes de Doria e da direção do Metrô, os metroviários foram comunicados recentemente que perderão vários direitos. Por conta dessa política de desvalorização dos(as) trabalhadores(as), a greve se transformou na última alternativa e o Metrô foi forçado a parar de funcionar.
É evidente que o governo Dória, que aplica a mesma política genocida e negacionista de Bolsonaro, se aproveita da pandemia para prejudicar trabalhadores e sucateia o transporte público. Dória tem que vacinar toda a população e cessar com a privatização e a terceirização, já!
Além disso, o governo não evita a superlotação do sistema, que provoca a disseminação do vírus e a morte e adoecimento de milhares de pessoas. Vale lembrar que a tarifa paga pelo usuário segue altíssima. É necessária ainda a contratação, por meio de concurso público, de funcionários para o Metrô, diminuindo assim o desemprego.
Num país cuja somatória das fortunas dos bilionários equivale ao PIB do Chile e que o número dessa seleta lista aumentou 71%. Em um estado que transfere bilhões para o metrô privado (CCR) e prevê 15,8 bilhões em isenções fiscais para as grandes empresas, não há justificativa aceitável para não repor perdas salariais, quando a inflação é galopante e estamos em meio à pandemia.
A Fenasps e seus sindicatos filiados defendem a taxação das grandes fortunas e a realização de uma auditoria cidadã da Dívida Pública. Em 2020, quase 40% de todo orçamento da União foi pago para juros e amortizações da Dívida, uma cifra superior a R$1,3 trilhão!
Essa quantia foi 33% superior ao valor gasto em 2019, privilegiando principalmente grandes bancos e investidores nacionais e estrangeiros. Chega! Lutamos por mais verbas para que a Saúde e Previdência sejam de qualidade, gratuitas e universais! Igualmente em relação ao transporte público, não somente da cidade de São Paulo, mas de todo o país!
Exigimos o pagamento do auxílio emergencial e o fechamento total dos locais de trabalho para conter a pandemia. É preciso ainda que a Covid-19 seja reconhecida como acidente de trabalho e que o governo ofereça tratamento e amparo aos trabalhadores(as) com sequelas provenientes do novo coronavírus!
Fora Dória e Bolsonaro!
Basta de política genocida: vacinação para todos e todas e taxação das grandes fortunas!
*Com informações da CSP/Conlutas.