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quinta-feira, 29/04/2021

Ação da Superintendência Sul do INSS escancara a miséria moral do governo

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Os servidores do INSS lotados na Superintendência Regional Sul (SR3), que abrange os três estados do sul do Brasil, além de indignados com a edição do Ofício nº 002/21, que impõe aumento nas metas das(os) trabalhadoras(os) do Serviço Social, foram surpreendidos recentemente com um novo comunicado.

Nele, uma pretensa ação solidária convida todos a “abraçar” uma família por meio de um mutirão em que se pretende analisar benefícios represados de Pensões por Morte.

Os gestores da SR3 apelam à solidariedade e ao caráter humanista que sempre permeou e envolveu aqueles que lidam com a população e trabalham arduamente no atendimento de demandas de profundo caráter social, como os servidores do INSS. Novamente, os servidores do INSS são chamados pelos superiores a mascarar a realidade e a agraciar com louros aqueles que diuturnamente vêm atacando os(as) trabalhadores(as) e seus direitos.

O que se esconde em tal iniciativa, tão medíocre quanto inapropriada, é que a mesma parte daqueles(as) que fazem qualquer coisa para se manter nos cargos de comissão, cumprindo as tarefas deste governo fascista – seja apoiando a inoperância, o negacionismo, a negligencia e a incompetência deste governo responsável pela tragédia com 400 mil mortes e mais de 15 milhões de infectados – é a aquela que obriga estas famílias a ficar na fila (virtual) de espera, dos benefícios de pensão por morte, aposentadorias etc, aliado ao caos já instalado no INSS.

Rebaixamento moral

Além disso, fugindo de importante debate sobre o rumo e o atual quadro de completa destruição dos serviços públicos e das condições de trabalho, tentam apelar para a caridade cristã, rebaixando a valores morais uma discussão que não pode mais ser evitada pelo conjunto dos trabalhadores.

Afinal, os mesmos que nos “convocam” a sermos solidários e a doarmos ainda mais de nosso tempo e trabalho são os que draconianamente cobram o cumprimento de metas fora da realidade neste sistema perverso, praticam assédio moral institucional com esta política de chantagem, pressionando para adesão em programas de gestão, além de discriminar os servidores que lutam por seus direitos.

Sem nenhum programa de atenção e proteção à saúde do trabalhador, tratando estes como se fossem robôs, unilateralmente estabeleceram que os atestados de comparecimento em consulta médica não pode ser usado como abono para fins de cumprimento das metas de produtividade.

Desconsideram completa e inteiramente a situação de saúde de seus servidores e os alertas das entidades sindicais ao trabalhar e apoiar um projeto político que caminha a passos largos para retirar, por meio da PEC 32 (Contrarreforma Administrativa), o que ainda resta das políticas e serviços públicos e dos poucos direitos que conquistamos.

Não à toa, os comunicados oficiais e pretensas peças de homenagem aos servidores mortos durante a pandemia omitem a causa quando se trata da Covid-19. A quem interessa esconder os cadáveres dos servidores públicos vítimas desse genocídio?

Em mais uma iniciativa “generosa” – como quem dá esmolas com o dinheiro dos outros – o INSS convida a seus servidores a novamente ajudar a maquiar seus reais problemas, que não são poucos. Problemas de toda ordem, principalmente de cunho estrutural, que envolvem desde as estruturas físicas de trabalho, rede ilógica, inoperância dos sistemas, hierarquização verticalizada e voltada ao produtivismo e não à efetividade e qualidade dos serviços prestados à população e, principalmente, carência crônica de servidores.

Profunda hipocrisia

Atualmente, já acumulamos um déficit de 24 mil servidores e, portanto, mesmo que os restantes fossem acorrentados em galés, remando 24 horas por dia com o estalar dos chicotes da Direção Central permanentemente lembrando sobre a produtividade e a diminuição da remuneração, não conseguiriam dar conta do estoque de benefícios represados.

É nesse contexto de profunda hipocrisia que vemos o chamado à cooperação como um insulto e um deboche ao conjunto dos servidores. Aliás, quem será solidário às famílias dos servidores que também aguardam há meses o desfecho dos processos de pensão em meio à falta completa de orientações ou de servidores para cuidar da gestão interna de pessoas?

Não somos alheios à dor e ao desemparo das famílias e da população em geral, mas não seremos mais fantoches de quem nos desrespeita e ignora continuamente. Não seremos massa de manobra deste Governo que só tem feito nos atacar e oprimir!

A hora de lutar é agora

Chega! O caos generalizado é culpa desta administração e deste governo e não dos servidores. Exigimos respeito! Não ajudaremos a disfarçar e maquiar números e estatísticas, nem a esconder os profundos problemas da instituição apelando para o proselitismo e para a filantropia enganosa. Concurso Público já!

Orientamos os(as) trabalhadores(as) a participar das atividades organizadas pelos servidores públicos contra o desmonte do Estado via reformas da Constituição com objetivo explícito de impor a terceirização em todos os níveis do trabalho.

No Dia 1º de Maio, Dia dos(as) trabalhadores(as), haverá atos e atividades em todo o país, com todos os cuidados sanitários (uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social). Vamos fortalecer esta luta na defesa dos nossos direitos e conquistas!

Sem luta não há vitória!

Diretoria Colegiada da FENASPS

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