Fenasps

quarta-feira, 12/08/2020

Para justificar reforma Administrativa, parlamentares e mídia atacam Servidores Públicos

Matérias veiculadas nesta semana mostram que os grandes meio de comunicação estão do lado dos ricos (reprodução internet)

Os(as) trabalhadores(as) do funcionalismo público, principais alvos do governo Bolsonaro, mais uma vez foram atacados(as) diretamente por parlamentares e meios de comunicação, que distorcem dados e informações sobre a realidade, com objetivo de justificar a “reforma Administrativa”.

Nessa segunda-feira, 10 de agosto, foram divulgadas matérias em que os grandes conglomerados de mídia, por meio de telejornais e jornais impressos (confira dois exemplos: aqui e aqui), mentem e tentam manipular a opinião pública, ao informar os dados sobre investimentos públicos.

Em nota (confira no final da matéria), assinada pela Fenasps, o Fórum Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) repudiou as matérias e colocou algumas ponderações acerca deste ataque aos Servidores(as) Públicos(as).

A primeira delas é o fato da matéria separar gasto com o funcionalismo público do investimento em políticas públicas e sociais, fazendo uma comparação entre os valores gastos em salários e o montante investido na saúde e na educação percentualmente ao Produto Interno Bruto (PIB).

Chamou atenção das entidades sindicais – certamente não sendo considerada uma desinformação dos meios de comunicação – que o investimento em servidores(as) públicos(as) seja desvinculado da garantia de direitos via políticas públicas.

É possível escola sem professor(a)? O Sistema Único de Saúde sem médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) em enfermagem? É possível acesso à aposentadoria do INSS sem análise de um(a) técnico(a), analistas, peritos(as), assistentes sociais? E na Justiça, é possível Ministério Público, Defensoria Pública sem servidores(as) públicos(as)? Seria possível
pesquisas de ponta sobre o novo coronavírus (COVID-19) e outras doenças sem os(as) servidores(as) das Universidades Públicas e da Fiocruz?

A segunda questão que merece ser refutada pelas entidades dos servidores(as) públicos(as) é o fato de buscarem responsabilizar o baixo investimento público em algumas áreas, como o saneamento básico, por conta do gasto com o funcionalismo público. Outra mentira!

Em grande parte dos estados e municípios saneamento básico foi privatizado e por este mesmo motivo tem baixo investimento, uma vez que as empresas de concessão de serviços públicos buscam o LUCRO e não a garantia de direitos à população.

Fica explícito que a intenção dos meios de comunicação, assim como do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é dar continuidade ao projeto de
desestruturação das políticas públicas a partir das contrarreformas ultraliberais, que retiram direitos dos(as) trabalhadores(as), precarizam as condições de vida da população mais pobre e a relegam a sua própria sorte na luta pela defesa da vida, como está ocorrendo agora no período da pandemia.

Mais uma vez, o lucro e a apropriação privada do fundo público se explicitam. Querem deixar o funcionalismo público nas mesmas condições dos(as) trabalhadores(as) terceirizados(as) e uberizados(as), e, com isso, deixar de garantir serviços públicos para a população.

A nota do Fonasefe ainda ressalta que os trabalhadores(as) não podem ter a ilusão com as aparentes dissonâncias entre o Executivo do país e grandes lideranças do Congresso Nacional, muito menos com as discordâncias entre alguns meios de comunicação e o presidente da República.

Apesar de os grandes meios de comunicação perpetrarem o discurso de que estão “preocupados com as vidas”, dando ampla cobertura para a situação que o país vive dada a pandemia, não demoraram a fazer coro com os ricos, ao responsabilizar o funcionalismo público pela crise do Estado e divulgar
as contrarreformas como necessárias e essenciais para conduzir o país nos rumos do capitalismo.

O que o Brasil precisa é de investimento público em políticas públicas e, para isso, são necessários e urgentes a realização de concursos públicos, estruturação de carreiras, valorização dos(as) servidores(as), condições adequadas de trabalho e dotação orçamentária para que os direitos não sejam reduzidos a benesses desse ou de qualquer outro governo. É preciso colocar a vida acima dos lucros!

Pela valorização dos(as) Servidores(as) Públicos(as)!
Pela garantia de direitos para toda a população!
Não à reforma administrativa, que retira direitos da população!
Taxação das grandes fortunas, já!

Confira aqui a íntegra da nota do Fonasefe.

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