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quinta-feira, 05/04/2018

Ipea divulga dossiê sobre condições de vida das mulheres negras no Brasil

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Ao longo dos últimos anos, as questões relativas à igualdade de gênero e raça têm ocupado cada vez mais espaço na agenda pública nacional, tanto no que se refere aos debates e reflexões promovidos pelo movimento social e pela academia, quanto na apropriação dos temas pelas instituições do Estado. Neste contexto, o desenvolvimento de um conjunto de políticas de caráter afirmativo, que se somam às importantes políticas universais, tem contribuído, sem dúvida, para a conformação de uma sociedade que avança paulatinamente rumo à igualdade.

 

As conquistas alcançadas no campo da igualdade de gênero e raça, porém, não podem ofuscar os enormes desafios ainda impostos. Os indicadores sociais disponibilizados todos os anos em nível nacional, e consolidados na publicação Retrato das desigualdades de gênero e raça, editada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com diversões órgãos e instituições, permitem dimensionar as grandes distâncias que ainda separam homens e mulheres e negros e brancos.

 

De qualquer ângulo em que se tomem estes grupos – no campo da saúde, do trabalho, da educação, no espaço doméstico –, a realidade ainda revela muitas desigualdades. A persistência deste cenário aponta, a cada dia, para a força estruturante dos valores e convenções de gênero e raça na conformação do quadro maior de desigualdades que ainda marca o país.

 

Para a compreensão desses fenômenos, há que se considerar a relevância de um novo conceito, há pouco apresentado ao debate público e já percebido como de grande utilidade e relevância. Trata-se da ideia de interseccionalidade, que remonta às dinâmicas e processos de interação entre dois ou mais eixos de subordinação na construção de situações de exclusão e opressão. Isto significa que tais situações são vivenciadas de forma diferenciada se consideradas mulheres negras e brancas, ou homens negros e brancos. São ainda mais diferenciadas se inseridas na análise as categorias de classe, geração, regionalidade ou orientação sexual, por exemplo. A menção a desigualdades de gênero, considerando-se apenas homens e mulheres, torna-se, a partir desta perspectiva, bastante simplificador, e não reflete inteiramente o que de fato acontece.

 

É com o intuito de estimular estas reflexões que, em última análise, este Dossiê mulheres negras foi elaborado. E de forma inovadora, as instituições parceiras abrem espaço para que as questões aqui colocadas sejam analisadas a partir da perspectiva de jovens mulheres negras, convidadas a estudar um conjunto de indicadores sociais capazes de evidenciar as inúmeras desigualdades integrantes de suas experiências enquanto pertencentes ao grupo que vivencia, no cotidiano, o impacto destes processos múltiplos e simultâneos de exclusão.

 

CONFIRA AQUI a íntegra do dossiê elaborado pelo Ipea.

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