Fenasps

quarta-feira, 30/03/2016

Tramitam ameaças aos direitos trabalhistas na Câmara e no Senado

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), em parceria com entidades da sociedade civil, FENASPS e seus sindicatos filiados, além de outras entidades dos Servidores Públicos Federais (SPFs) fez estudo sobre matérias que estão nas mãos do poder Legislativo brasileiro e que reduziriam drasticamente os direitos que a população possui atualmente se aprovadas.

 

Dentre as propostas mais absurdas são encontradas, por exemplo, a redução da idade laboral (que hoje é de 16 anos, se aprovada nova legislação passaria para 14 anos de idade); a livre estimulação das relações trabalhistas entre trabalhador e empregador sem a participação do sindicato; a regulamentação da Emenda Constitucional (EC) n° 81/2014, do trabalho escravo, com supressão da jornada exaustiva e trabalho degradante das penalidades previstas no Código Penal; privatização de todas as empresas públicas, bem como a Reforma da Previdência, que prevê aumento da idade mínima – e aumento do período de contribuição – para se aposentar e o Projeto de Lei Complementar (PLP) n° 257.

 

Além de todos esses ataques, ainda tramitam no Congresso projetos, de autoria do PMDB, que propõem cobrança do SUS e liberação de áreas reservas ambientais para exploração comercial e agrícola. Veja abaixo a lista dos projetos que ameaçam direitos:

 

1. Regulamentação da terceirização sem limite permitindo a precarização das relações de trabalho (PL 4302/1998 – Câmara, PLC 30/2015 – Senado, PLS 87/2010 – Senado);

 

2. Redução da idade para início da atividade laboral de 16 para 14 anos (PEC 18/2011 – Câmara);

 

3. Instituição do Acordo extrajudicial de trabalho permitindo a negociação direta entre empregado e empregador (PL 427/2015 – Câmara);

 

4. Impedimento do  empregado demitido de reclamar na Justiça do Trabalho (PL 948/2011 – Câmara e PL 7549/2014 – Câmara);

 

5. Suspensão de contrato de trabalho (PL 1875/2015 – Câmara);

 

6. Prevalência do negociado sobre o legislado (PL 4193/2012 – Câmara);

 

7. Prevalência das Convenções Coletivas do Trabalho sobre as Instruções Normativas do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (PL 7341/2014 – Câmara);

 

8. Livre estimulação das relações trabalhistas entre trabalhador e empregador sem a participação do sindicato (PL 8294/2014 – Câmara);

9. Regulamentação do trabalho intermitente por dia ou hora (PL 3785/2012 – Câmara);

 

10. Estabelecimento do Código de Trabalho (PL 1463/2011 – Câmara);

 

11. Redução da jornada com redução de salários (PL 5019/2009 – Câmara);

 

12. Vedação da ultratividade das convenções ou acordos coletivos (PL 6411/2013 – Câmara);

 

13. Criação de consórcio de empregadores urbanos para contratação de trabalhadores (PL 6906/2013 – Câmara);

 

14. Regulamentação da EC 81/2014, do trabalho escravo, com supressão da jornada exaustiva e trabalho degradante das penalidades previstas no Código Penal (PL 3842/2012 – Câmara, PL 5016/2005 – Câmara e PLS 432/2013 – Senado);

 

15. Estabelecimento do Simples Trabalhista criando outra categoria de trabalhador com menos direitos (PL 450/2015 – Câmara);

 

16. Extinção da multa de 10% por demissão sem justa causa (PLP 51/2007 – Câmara e PLS 550/2015 – Senado);

 

17. Susta a Norma Regulamenta (NR) 12 sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos (PDC 1408/2013 – Câmara e PDS 43/2015 – Senado);

 

18. Execução trabalhista e aplicação do princípio da desconsideração da personalidade jurídica (PL 5140/2005 – Câmara);

 

19. Deslocamento do empregado até o local de trabalho e o seu retorno não integra a jornada de trabalho (PL 2409/2011 – Câmara);

 

20. Susta Norma Regulamentadora 15, do Ministério do Trabalho Emprego, que regula as atividades de trabalhadores sob céu aberto (PDC 1358/2013 – Câmara);

 

21. Susta as Instruções Normativas 114/2014 e 18/2014, do Ministério do Trabalho, que disciplinam a fiscalização do trabalho temporário (PDC 1615/2014 – Câmara);

 

22. Estabelecimento da jornada flexível de trabalho (PL 2820/2015 – Câmara e PL 726/2015 – Câmara);

 

23. Estabelecimento do trabalho de curta duração (PL 3342/2015 – Câmara);

 

24. Transferência da competência para julgar acidente de trabalho nas autarquias e empresas públicas para a Justiça Federal (PEC 127/2015 – Senado);

 

25. Aplicação do Processo do Trabalho, de forma subsidiária, as regras do Código de Processo Civil (PL 3871/2015 – Câmara);

 

26. Reforma da execução trabalhista (PL 3146/2015 – Câmara).

 

27. Substitutivo apresentado na CAPADR estabelece a inexigibilidade do cumprimento simulta?neo dos requisitos de “utilização da terra” e de “eficiência na exploração” para comprovação da produtividade da propriedade rural (PL 5288/2009 – Câmara);

 

28. Alteração da Lei 5.889/1973, que estatui normas reguladoras do trabalho rural, e a Lei 10.101/2000, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores no lucro ou resultados da empresa, visando a sua adequação e modernização (PLS 208/2012 – Senado);

 

29. Alteração da Lei no 1.079/1950, para definir como crime de responsabilidade de governador de Estado a recusa ao cumprimento de decisão judicial de reintegração de posse (PLS 251/2010 – Senado);

 

30. Alteração da Lei 8.629/1993, para dispor sobre a fixação e o ajuste dos parâmetros, índices e indicadores de produtividade (PLS 107/2011 – Senado);

 

31. Regulamentação da compra de terra por estrangeiros (PL 4059/2012 – Câmara e PL 2269/2007 – Câmara);

 

32. Alteração da Lei de Biossegurança para liberar os produtores de alimentos de informar ao consumidor sobre a presença de componentes transgênicos quando esta se der em porcentagem inferior a 1% da composição total do produto alimentício (PLC 34/2015 – Senado).

 

33. Dispensa do servidor público por insuficiência de desempenho (PLP 248/1998 – Câmara);

 

34. Instituição de limite de despesa com pessoal (PLP 1/2007 – Câmara);

 

35. Criação do Estatuto das Fundações Estatais (PLP 92/2007 – Câmara);

 

36. Regulamentação e retirada do direito de greve dos servidores (PLS 710/2011 – Senado; PLS 327/2014 – Senado; e PL 4497/2001 – Câmara);

 

37. Extinção do abono de permanência para o servidor público (PEC 139/2015 – Câmara);

 

38. Fim da exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal (PL 6726/2013 – Câmara);

 

39. Estabelecimento de que a exploração do pré-sal seja feita sob o regime de concessão (PL 6726/2013);

 

40. Estabelecimento de independência do Banco Central (PEC 43/2015 – Senado);

 

41. Privatização de todas as empresas públicas (PLS 555/2015 – Senado);

 

42. Proibição de indicar dirigente sindical para conselheiros dos fundos de pensão públicos (PLS 388/2015 – Senado);

 

43. Estabelecimento do Código de Mineração (PL 37/2011 – Câmara);

 

44. Demarcação de terras indígenas (PEC 215/2000);

 

45. Cancelamento da política de Participação Social (PDS 147/2014 – Senado);

 

46. Alteração do Código Penal sobre a questão do aborto, criminalizando ainda mais as mulheres e profissionais de saúde (PL 5069/2013 – Câmara);

 

47. Retirada do texto das políticas públicas do termo “gênero” e instituição do Tratado de San José como balizador das políticas públicas para as mulheres. É um total retrocesso para todo ciclo das políticas (MPV 696/2015 – Senado);

 

48. Instituição do Estatuto do Nascituro – provavelmente maior ameaça aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Seria concretizada a criminalização generalizada das mulheres, inviabilizando, inclusive, o aborto previsto no Código Penal (PL 478/2007 – Câmara);

 

49. Instituição do Estatuto da Família – retrocesso para grupos LGTBs e mulheres: não reconhecimento como família – ficam fora do alcance de políticas do Estado (PL 6583/2013 – Câmara);

 

50. Redução da maioridade penal (PEC 115/2015 – Senado);

 

51. Instituição do Estatuto do desarmamento (PL 3722/2012 – Câmara);

 

52. Estabelecimento de normas gerais para a contratação de parceria público-privada para a construção e administração de estabelecimentos penais (PLS 513/2011 –Senado);

 

53. Aumento do tempo de internação de adolescentes no sistema socioeducativo (PLS 2517/2015 – Senado);

 

54. Atribuição à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania do exame do mérito das Propostas de Emenda à Constituição (PEC), acabando com as comissões especiais (PRC 191/2009 – Câmara); e

 

 

55. Alteração da Constituição para que entidades de cunho religioso possam propor Ações de Constitucionalidade perante o STF (PEC 99/2001 – Câmara).

 

  • Veja também: nota da Auditoria Cidadã da Dívida sobre o PLP 257/2016 – CLIQUE AQUI.

 

Mobilização dos trabalhadores é fundamental

Para além dos acordos de greve, da alteração no IMA/GDASS, todos os trabalhadores têm tarefas fundamentais no próximo período. À parte o PLP 257/2016, que prevê congelamento dos salários dos Servidores Públicos, aumenta a contribuição à previdência própria para 14% e abre possibilidade de demissão de funcionários públicos, existem dezenas de outros projetos que retiraram conquistas históricas dos trabalhadores e abrem as portas para terceirização nos serviços públicos, como era no INSS antes do concurso de 2003.

 

Com raríssimas exceções, a maioria dos partidos que defende ou são contra o impeachment apoiam estes projetos. Por esta razão, além de construirmos a paralisação nacional no dia 14 de abril, é igualmente importante fortalecermos os atos do dia 1° de abril, que serão realizados em todo o país.

 

Nesta terça-feira, 29 de março, o PLP 257/2016 não foi discutindo na Câmara por dois fatores: o primeiro um confronto entre defensores do impeachment e contrários a ele e a convenção do PMDB.

 

Por mais que alguns não queiram acreditar, as movimentações e articulações políticas atingem todos nós. Pois são estes parlamentares que estão votando estes projetos que retiram direitos.

 

TODOS NAS RUAS DIA 1° DE ABRIL! VAMOS CONSTRUIR A PARALISAÇÃO DIA 14 DE ABRIL!

 

 

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