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terça-feira, 02/03/2021

Ministério da Saúde demite 1.419 contratados e crise se agrava na rede federal do RJ

Situação ganhou repercussão nacional com matéria veiculada na TV Globo nessa segunda, 2. Clique aqui para assistir (reprodução: TV Globo)

Publicada no último domingo, 28 de fevereiro, a demissão de 1.419 profissionais contratados que ainda atuavam nas unidades do Ministério da Saúde aprofundou ainda mais o caos já existente em toda a rede federal no Rio de Janeiro (RJ), onde desde o início deste ano de 2021 setores inteiros foram fechados ou tiveram seu funcionamento comprometido devido à falta de pessoal.

No Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), uma das maiores e mais importantes unidades da rede, servidores denunciam que, com a saída dos profissionais, os setores de transplantes renal e oftalmológico poderão ser fechados, se não houver a contratação urgente de profissionais.

O HFB é responsável por 80% dos transplantes no Rio de Janeiro e, antes da pandemia, a fila de transplantes renais do hospital era de aproximadamente 300 pacientes. Já os transplantes de córnea, que tinham uma fila de 120 pacientes antes da pandemia, têm hoje 40 pessoas na espera. O Ministério da Saúde está acabando com as unidades federais!

Certame irregular excluiu maioria dos profissionais em atividade na rede federal

Em matéria publicada em seu site, o Sindsprev/RJ afirmou que o certame (saiba mais aqui) realizado em 2020 pelo Ministério da Saúde estava cheio de irregularidades, começando pelo fato de ter excluído 70% dos profissionais que há muitos anos exerciam suas funções na rede federal. Logo na virada do ano, no dia 31 de dezembro, o Ministério da Saúde instalou o caos na rede federal do RJ ao demitir 2.173 mil contratados, o que provocou a interdição de centenas de leitos.

Ainda segundo o Sindsprev/RJ, tudo vai piorar ainda mais com a demissão destes(as) 1.419 profissionais que restaram. Além dos transplantes renais e de córnea, outras clínicas de grande importância poderão fechar as portas definitivamente, em todas as unidades federais. De forma absolutamente sem sentido, a direção do HFB está falando em abrir 80 novos leitos: é impossível abrir novos leitos se não há profissionais! O que o governo está fazendo é a destruição do SUS. Uma destruição que a categoria precisa impedir.

Servidores do Hospital Federal Cardoso Fontes (HCF), em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, denunciam que, com as demissões de profissionais ocorridas desde o início deste ano, uma ala inteira de CTI da unidade precisou ser desativada. Para os servidores, o desmonte do Cardoso Fontes e de outras unidades federais é ainda mais grave por estar ocorrendo em plena segunda onda da Covid-19 no país, justamente quando milhões de pacientes estão recorrendo à rede pública de saúde em busca de atendimento.

A Fenasps protocolou ofício no Ministério da Saúde em abril de 2020 solicitando providência diante do caos nos hospitais federais: relembre aqui.

TCU exige que Ministério abra novos leitos e resolva problema da falta de profissionais

Na última sexta-feira, 26 de fevereiro, o Tribunal de Contas da União (TCU) publicou no Diário Oficial uma resolução cobrando medidas do governo federal em face da crise nas unidades de saúde. No documento, o TCU determinou que o Ministério da Saúde deve, em até cinco dias úteis: apresentar medidas adotadas para disponibilizar leitos para tratamento da covid-19; demonstrar as ações adotadas para operacionalizar os leitos inativos; e apresentar ações planejadas para lidar com eventual déficit de recursos humanos em razão do fim do contrato de 1.419 profissionais.

LEIA MAIS:

  • Sob pressão da categoria e entidades, Governo edita MP prorrogando contratos de trabalhadores dos hospitais federais do RJ – 29 de maio de 2020;
  • Repudiamos a ocupação militar na Saúde pública! – 19 de maio de 2020;
  • Após pressão da categoria, MS anuncia contratação de 4 mil temporários para hospitais federais – 11 de maio de 2020;
  • Diante da pandemia de Covid-19, Fenasps cobra providências dos ministérios da Economia e Saúde sobre o caos nos hospitais federais – 24 de abril de 2020.

*Com informações do Sindsprev/RJ.

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